Segundo os médicos da instituição, a troca de experiências durante a visita de Reynaldo Gianecchini ajudou tanto as crianças quanto o próprio ator a continuar enfrentando a doença.

Matheus, de 14 anos, lê uma carta que escreveu para o ator: “Meu querido amigo Reynaldo Gianecchini, Nós nos conhecemos em 2003, quando eu tinha seis anos. Hoje estou com 14 e faço parte dos pacientes curados do GACC. Sei que você está passando pelo mesmo problema que eu passei. Com muita força, eu venci e tenho certeza que você também irá vencer. A luta contra o câncer não é fácil, mas saiba que existe um Deus que é maior que todas as dificuldades que você irá passar. Desejamos melhoras. Matheus Henrique e todo o GACC de São José”.
A carta era um convite para que o ator visitasse na quarta-feira (28) a instituição em São José dos Campos, a 100 quilômetros de São Paulo. “Agora eu estou curado, Graças a Deus, e ele está doente, né? Com certeza ele vai conseguir sair dessa”, torce Matheus.
Os dois se conheceram em 2003, quando Matheus tinha 6 anos e lutava contra a leucemia. Eles fizeram juntos uma campanha para arrecadar fundos para a construção do hospital, que hoje é referência no tratamento de crianças e jovens com câncer.
Esta semana, eles se reencontraram na gravação de uma nova campanha. As imagens, obtidas com exclusividade pelo Fantástico, foram feitas durante a visita à instituição, e gravadas sem som. “Ele perguntou para as meninas se era eu. A menina falou que sim. Ele falou que eu era um campeão”, gaba-se Matheus. Os papéis se inverteram: é o ator que agora faz tratamento contra um câncer no sistema linfático. Matheus está curado depois de dois anos de tratamento.
Gianecchini chegou com a mãe e fez questão de conhecer todos os pacientes. Deu autógrafos, conversou sobre a doença, tirou fotos, sorriu, sorriu, sorriu.
Para encontrar o ator, Natália, de 10 anos, se maquiou e escolheu um lenço colorido. “Ele é legal, bonito e simpático”, conta a menina. E escreveu duas cartinhas para ele: uma de apoio e uma de agradecimento: “Escrevi agradecendo por ele estar aqui nos ajudando nessa nossa batalha”.
João Vitor, de 3 anos, ofereceu biscoitos ao ator. Como Gianecchini, ele tem linfoma. “Quando eu estava ali, tinha muita enfermeira, né? Sabe o que eu fiz? Uma mágica para ele”, conta o menino.
A mãe de João Vitor, Valéria Germann Aguiar,é só elogios: “Foi incrível, é uma pessoa extremamente simpática. Conversou com ele (o filho), conversou conosco. E agora em uma nova condição. Além de estar como paciente, vem ajudar todos nós aqui do hospital”.
No quarto ao lado, Mateus, de 9 anos, lembra a mensagem que o ator deixou: “Ele falou que tudo passa, né?”
O GACC, Grupo de Assistência a Crianças com Câncer, atende 500 pacientes de 0 a 19 anos em São José dos Campos. Setenta por cento deles saem curados. Segundo os médicos da instituição, a troca de experiências durante a visita de Reynaldo Gianecchini ajudou tanto as crianças quanto o próprio ator a continuar enfrentando a doença.
“No início do tratamento, todo mundo fica muito assustado, o paciente fica achando que é o único, que fez alguma coisa errada para estar daquele jeito. E aí começa a ter o convívio com outros pacientes, com outras experiências. E vê que faz parte da natureza, infelizmente, a gente ficar doente, mas que a gente consegue lutar e ir adiante”, explica o diretor clínico do GACC, Marcelo Milone. Gianecchini passou três horas na entidade.
“A gente se preocupou muito, porque a gente sabe qual é a rotina do nosso paciente. Então, a gente sabe que tem que ir mais devagar, dar um tempo para ele descansar. Às vezes, ele deitava um pouquinho”, contou a presidente do GACC, Rosemary Sanz,
Já livres da internação, pequenos pacientes continuam se reunindo na instituição. Brincam juntos durante o tratamento e depois, na fase de controle da doença. Júlia, de 11 anos, conta como é: “Por um lado é bom vir aqui, por outro lado não. O lado bom é que a gente brinca, fica no computador. Por outro lado, você tem que tomar injeção, tirar sangue, daí é ruim”.
Dois dias depois da visita de Gianecchini, esse ainda era o assunto principal. Alef, de 3 anos, contou que tirou foto com o ator.
Felipe, de 11 anos, lembra: “Eu falei para ele que no comecinho do tratamento é tudo difícil, mas depois ele supera. Fica mais fácil”.
“Ele veio para nos visitar, né? E também para a gente dar apoio para ele”, explica Júlia, de 11 anos.
“Eu falei até para o Giane: ‘Olha, essa sua visita foi o tratamento mais poderoso que todas as crianças e jovens puderam receber’. Foi o remédio mais potente que eles poderiam receber”, diz a presidente do GACC.
Andrei, também de 11 anos, estava com vergonha, mas acabou entrando na fila dos autógrafos. Na hora, não falou quase nada. “Não sei o que eu falaria para ele. Ele está doente, tem a mesma coisa que eu. Daí, nós dois estamos juntos”, conta o menino.
Júlia, de 11 anos, estava logo atrás do Andrei e ganhou um beijo: “Eu falei para ele ‘Tudo vai dar certo. Eu estou torcendo por você’”.
Fonte: Fantástico
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