domingo, 2 de outubro de 2011

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Reynaldo Gianecchini Visita GACC

Segundo os médicos da instituição, a troca de experiências durante a visita de Reynaldo Gianecchini ajudou tanto as crianças quanto o próprio ator a continuar enfrentando a doença.


O ator Reynaldo Gianecchini, que está se tratando de um linfoma, visitou nesta semana uma entidade que cuida de crianças com câncer. 

Matheus, de 14 anos, lê uma carta que escreveu para o ator: “Meu querido amigo Reynaldo Gianecchini, Nós nos conhecemos em 2003, quando eu tinha seis anos. Hoje estou com 14 e faço parte dos pacientes curados do GACC. Sei que você está passando pelo mesmo problema que eu passei. Com muita força, eu venci e tenho certeza que você também irá vencer. A luta contra o câncer não é fácil, mas saiba que existe um Deus que é maior que todas as dificuldades que você irá passar. Desejamos melhoras. Matheus Henrique e todo o GACC de São José”. 

A carta era um convite para que o ator visitasse na quarta-feira (28) a instituição em São José dos Campos, a 100 quilômetros de São Paulo. “Agora eu estou curado, Graças a Deus, e ele está doente, né? Com certeza ele vai conseguir sair dessa”, torce Matheus. 

Os dois se conheceram em 2003, quando Matheus tinha 6 anos e lutava contra a leucemia. Eles fizeram juntos uma campanha para arrecadar fundos para a construção do hospital, que hoje é referência no tratamento de crianças e jovens com câncer. 

Esta semana, eles se reencontraram na gravação de uma nova campanha. As imagens, obtidas com exclusividade pelo Fantástico, foram feitas durante a visita à instituição, e gravadas sem som. “Ele perguntou para as meninas se era eu. A menina falou que sim. Ele falou que eu era um campeão”, gaba-se Matheus. Os papéis se inverteram: é o ator que agora faz tratamento contra um câncer no sistema linfático. Matheus está curado depois de dois anos de tratamento. 

Gianecchini chegou com a mãe e fez questão de conhecer todos os pacientes. Deu autógrafos, conversou sobre a doença, tirou fotos, sorriu, sorriu, sorriu. 

Para encontrar o ator, Natália, de 10 anos, se maquiou e escolheu um lenço colorido. “Ele é legal, bonito e simpático”, conta a menina. E escreveu duas cartinhas para ele: uma de apoio e uma de agradecimento: “Escrevi agradecendo por ele estar aqui nos ajudando nessa nossa batalha”. 

João Vitor, de 3 anos, ofereceu biscoitos ao ator. Como Gianecchini, ele tem linfoma. “Quando eu estava ali, tinha muita enfermeira, né? Sabe o que eu fiz? Uma mágica para ele”, conta o menino. 

A mãe de João Vitor, Valéria Germann Aguiar,é só elogios: “Foi incrível, é uma pessoa extremamente simpática. Conversou com ele (o filho), conversou conosco. E agora em uma nova condição. Além de estar como paciente, vem ajudar todos nós aqui do hospital”. 

No quarto ao lado, Mateus, de 9 anos, lembra a mensagem que o ator deixou: “Ele falou que tudo passa, né?” 

O GACC, Grupo de Assistência a Crianças com Câncer, atende 500 pacientes de 0 a 19 anos em São José dos Campos. Setenta por cento deles saem curados. Segundo os médicos da instituição, a troca de experiências durante a visita de Reynaldo Gianecchini ajudou tanto as crianças quanto o próprio ator a continuar enfrentando a doença. 

“No início do tratamento, todo mundo fica muito assustado, o paciente fica achando que é o único, que fez alguma coisa errada para estar daquele jeito. E aí começa a ter o convívio com outros pacientes, com outras experiências. E vê que faz parte da natureza, infelizmente, a gente ficar doente, mas que a gente consegue lutar e ir adiante”, explica o diretor clínico do GACC, Marcelo Milone. Gianecchini passou três horas na entidade. 

“A gente se preocupou muito, porque a gente sabe qual é a rotina do nosso paciente. Então, a gente sabe que tem que ir mais devagar, dar um tempo para ele descansar. Às vezes, ele deitava um pouquinho”, contou a presidente do GACC, Rosemary Sanz, 

Já livres da internação, pequenos pacientes continuam se reunindo na instituição. Brincam juntos durante o tratamento e depois, na fase de controle da doença. Júlia, de 11 anos, conta como é: “Por um lado é bom vir aqui, por outro lado não. O lado bom é que a gente brinca, fica no computador. Por outro lado, você tem que tomar injeção, tirar sangue, daí é ruim”. 

Dois dias depois da visita de Gianecchini, esse ainda era o assunto principal. Alef, de 3 anos, contou que tirou foto com o ator. 

Felipe, de 11 anos, lembra: “Eu falei para ele que no comecinho do tratamento é tudo difícil, mas depois ele supera. Fica mais fácil”. 

“Ele veio para nos visitar, né? E também para a gente dar apoio para ele”, explica Júlia, de 11 anos. 

“Eu falei até para o Giane: ‘Olha, essa sua visita foi o tratamento mais poderoso que todas as crianças e jovens puderam receber’. Foi o remédio mais potente que eles poderiam receber”, diz a presidente do GACC. 

Andrei, também de 11 anos, estava com vergonha, mas acabou entrando na fila dos autógrafos. Na hora, não falou quase nada. “Não sei o que eu falaria para ele. Ele está doente, tem a mesma coisa que eu. Daí, nós dois estamos juntos”, conta o menino. 

Júlia, de 11 anos, estava logo atrás do Andrei e ganhou um beijo: “Eu falei para ele ‘Tudo vai dar certo. Eu estou torcendo por você’”.

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