sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

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O Deus da Graça e do Juízo

Casa Publicadora Brasileira – Lição 412012
Lição 04
de 21 a 28 de janeiro 2012

Sábado à tarde
     Ano Bíblico: Êx 14–15

VERSO PARA MEMORIZAR: “Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau” (Ec 12:14, NVI).

Leituras da semana: 1Co 3:13; 2Co 5:10; Gn 3; 6; Jo 3:17-21; Ap 14:6, 7

Pensamento-chave: O juízo divino é tão difundido na Bíblia como o tema da salvação. Na verdade, os dois ensinamentos estão intrinsecamente ligados.

Um soldado estava ao lado de um idoso prestes a ser executado. Ele era acusado de ser da raça e da religião erradas, nada mais. Quando o soldado levantou a arma, a vítima disse: “Você sabe que há um Deus no Céu que vê tudo isso, e que um dia julgará você por suas ações?”

Em seguida, o soldado matou o idoso com um tiro.

Este é, em muitos aspectos, um excelente exemplo de uma sociedade secular. Não um governo secular (um governo que não promove uma religião em detrimento da outra), mas uma sociedade secular, em que não há nenhum padrão mais elevado do que as regras da própria sociedade. É uma sociedade sem senso de transcendência, de uma autoridade superior, de Deus ou de um padrão moral maior que as coisas humanas. É uma sociedade em que as pessoas tomam o lugar de Deus, uma sociedade em que o único juízo que as pessoas enfrentam é o de seus pares ou da própria consciência (seja lá o que restou dela).

Segundo a Bíblia, no entanto, o idoso estava certo: há um Deus no Céu, Ele sabe todas as coisas e, de fato, trará tudo a juízo.
Examinaremos esse aspecto fundamental do caráter de Deus e verificaremos que, mesmo no juízo, Deus revela Sua maravilhosa graça.



Domingo
     Ano Bíblico: Êx 16–17

O dia do juízo

O tema do juízo divino percorre toda a Bíblia. E, ao contrário das crenças comuns, o juízo não se opõe à salvação nem ao evangelho. Na verdade, ambos os temas estão entrelaçados nas Escrituras de Gênesis a Apocalipse.

E isso não é de admirar. Juízo e salvação refletem aspectos semelhantes do caráter de Deus: Sua justiça e graça. Assim, não devemos colocar a ideia de juízo em oposição à ideia de salvação, assim como não devemos colocar a justiça de Deus contra Sua graça. Fazer isso é tirar de ambas sua plenitude e complementaridade mútua. As Escrituras ensinam as duas coisas. Por isso, precisamos entender as duas.
O que também é interessante em toda a questão do juízo é que, proporcionalmente, o Novo Testamento fala mais sobre o juízo do que o Antigo.

1. Qual é o assunto dos versos abaixo? Quem é julgado? O que acontece nesses juízos? O que os textos dizem sobre a natureza e a realidade do juízo divino?

Ec 12:13, 14
1Co 3:13
2Co 5:10
Hb 10:30
Mt 16:27
Ap 20:12
Ap 22:12
Mt 12:36, 37
1Pe 4:17
Ap 14:6, 7

Esses textos são apenas uma pequena amostra dos versos que ensinam claramente o juízo. Como mencionado acima, aparecem no Novo Testamento muitos dos textos mais explícitos sobre o juízo, textos que revelam claramente a realidade do juízo divino, ou juízos. Esse fato certamente se opõe à noção de que o juízo é de alguma forma contrário ao conceito da nova aliança da graça de Deus, que também é claramente ensinado no Novo Testamento. Isso deve nos ensinar que, por mais que entendamos o juízo, e por mais que entendamos a graça, devemos compreendê-los como verdades divinas que trabalham juntas. Colocar uma contra a outra é não entender a plenitude do evangelho, conforme estudamos na semana passada.


Segunda
     Ano Bíblico: Êx 18–20

Juízo e graça no Éden

Pense nisto: antes do pecado, não havia necessidade da graça, porque não havia nada para perdoar, nada para desculpar, nada para cobrir. Da mesma forma era com o juízo. Antes do pecado, não havia nada para julgar, condenar ou punir. Tanto a graça quanto o juízo surgiram, pelo menos no contexto humano, apenas por causa do pecado da humanidade.

2. De que forma os temas do juízo e da graça são revelados no relato da queda? Gn 3

Satanás teve sucesso em trazer o pecado ao mundo, causando assim alteração em todas as coisas. Imediatamente, porém, o Senhor entrou em cena, chamando: “Onde está você?” Essa pergunta não deve ser considerada uma condenação; era mais um convite do Criador para que Seus amados fossem a Ele. Foi um chamado para que se afastassem do enganador e retornassem ao Criador.

Note, igualmente, o que aconteceu. As primeiras palavras que saíram da boca de Deus neste mundo decaído foram perguntas (
Gn 3:9,11, 13). Depois de concluir as perguntas, a primeira coisa que Deus declarou foi Seu juízo contra a serpente. Mas depois, no verso 15, mesmo em meio ao Seu juízo contra a serpente, o que Deus disse?

O
 verso 15 é a primeira promessa evangélica. Assim que declarou Seu juízo contra a serpente, Ele imediatamente deu a primeira mensagem da graça, da redenção e da salvação para a humanidade. E somente então, depois dessa promessa evangélica, Ele começou a declarar Seus juízos contra a mulher e o homem. Embora eles tivessem caído, as primeiras coisas que Deus lhes deu foram esperança e graça. O juízo deve se desenvolver sobre a base da graça. Assim, mesmo antes do juízo, a promessa da graça foi dada aos que a aceitassem.

Era tarde demais para Satanás; sua destruição estava determinada. Mas ali, mesmo em meio aos juízos comunicados ao homem e à mulher, Deus tornou conhecida Sua graça.

No início da história da humanidade caída, foi demonstrada uma relação entre o pecado, o juízo e a graça de Deus. Embora Deus julgue e condene o pecado, a promessa da graça está sempre ali, presente, sempre disponível aos que a reclamarem para si.

De que forma o Senhor pode estar dizendo: “Onde está você?” O que você está fazendo que, talvez, o esteja levando a se esconder de Deus? Por que a compreensão da graça é um primeiro passo fundamental a fim de atender ao Seu chamado para nos aproximarmos dEle e nos afastarmos do enganador?



Terça
     Ano Bíblico: Êx 21–23

O Dilúvio

Os críticos da Bíblia dão grande importância ao fato de que outras civilizações antigas tinham suas próprias histórias de dilúvios. Eles alegam que a história da Bíblia não é única, original, e nem mesmo verdadeira, mas é apenas uma cópia de alguns mitos ou lendas anteriores.

Por outro lado, os que acreditam que a Bíblia é a Palavra de Deus veem essas histórias como uma confirmação da realidade do Dilúvio. O evento aconteceu, e Gênesis apresenta o relato inspirado desse fato. Esse relato está em contraste com as outras versões, como aquela que diz que o dilúvio foi enviado porque os seres humanos, em suas festas noturnas, fizeram muito barulho e perturbaram o sono dos deuses. Os deuses, irritados com a falta de repouso, enviaram o dilúvio para puni-los.

3. Que razão o relato bíblico do Dilúvio dá para o juízo que viria sobre a Terra? Gn 6:5

A ideia de seres humanos tão maus que mereciam a morte e a destruição não deve ser tão difícil de entender; não para nós hoje, que vivemos neste mundo em que o mal se torna cada vez pior. A visão cristã da pecaminosidade humana, embora muitas vezes ridicularizada, está constantemente sendo verificada. A capacidade de fazer boas ações não nos torna bons. Afinal, o criminoso americano
Al Capone amava as crianças, era muito generoso e tratava seus amigos com gentileza. Quem, no entanto, o chamaria de homem bom?

4. Mesmo em meio à promessa de iminente juízo punitivo, como a graça de Deus foi revelada no relato do Dilúvio? Gn 6:14-22; 2Pe 2:5

Ao construir a arca, Noé estava dando ao mundo uma advertência sobre o juízo. O que está igualmente implícito é que houve um período de graça, uma oportunidade para que o mundo se convertesse dos seus maus caminhos e aceitasse a salvação de Deus. Ellen White escreveu: “Se os antediluvianos tivessem acreditado na advertência, e se houvessem arrependido de suas más ações, o Senhor teria desviado Sua ira” (Patriarcas e Profetas, p. 97). A construção da arca oferecia a qualquer pessoa que ouvisse a advertência um refúgio de segurança contra a destruição vindoura. Sem dúvida, o juízo estava se aproximando. Mas a graça foi oferecida a todos os que a aceitassem até quando era tarde demais, e a porta da misericórdia foi fechada.

Quantas vezes Deus revelou Sua graça a você? Mais vezes do que você pode contar, provavelmente. Como você pode aprender a se entregar mais a essa graça e permitir que ela molde você à imagem de Cristo?



Quarta
     Ano Bíblico: Êx 24–27

Condenação e graça

A maioria das pessoas está familiarizada com João 3:16. O que vem depois, no entanto, ajuda a ampliar esse texto e explicá-lo ainda melhor.

5. O que João fala sobre o juízo e sobre a graça? A graça e o juízo trabalham unidos? De que forma? Jo 3:17-21

A palavra traduzida como “condenar” no verso 17 também é traduzida em algumas versões como “julgar”. Porém, o contexto é o de condenação porque, em vários outros lugares, Deus deixou claro que o mundo será julgado.

Dois temas aparecem nesse texto: graça e juízo. Eles estão radicalmente interligados. Pecado, trevas e mal trouxeram a necessidade de que o Deus de justiça julgasse e condenasse essas coisas. Ao mesmo tempo, a graça de Deus oferece aos culpados uma saída, por meio da fé em Jesus Cristo.

Aquele que crê em Jesus não é condenado. Isso é o que o texto diz. É simples assim! A justiça de Cristo cobre essa pessoa, e ela se levanta sem condenação, agora e no juízo.

6. Que razão o texto dá para a condenação?

De acordo com o texto, o estado natural da humanidade é o de condenação, porque todos pecaram e todos merecem a morte que o pecado traz. Essa passagem claramente desmascara a noção de que, depois da cruz, toda a humanidade foi automaticamente justificada. Em lugar disso, depois da cruz, todo o mundo condenado recebeu a oferta de salvação por meio da morte expiatória de Jesus Cristo, que foi suficiente para todos os seres humanos. Todos estão condenados; todos, porém, que pela graça de Cristo aceitam a provisão oferecida, estão perdoados, justificados e redimidos por meio de Jesus. A condenação que era deles é cancelada pelos méritos de Jesus, e eles estão em Sua perfeita justiça.

Na verdade, o que significa a graça, à parte da perspectiva de condenação? Assim como a ideia de condenação implica o juízo, o mesmo acontece com a ideia da graça. Se não houvesse possibilidade de juízo (e condenação), não haveria necessidade de graça. A noção de graça, em si, praticamente exige a noção de condenação. Assim, esta é mais uma razão para ver como graça e juízo estão ligados.



Quinta
     Ano Bíblico: Êx 28, 29

A hora do Seu juízo

“Portanto, não tenham medo deles. Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido” (Mt 10:26).

Olhando o mundo em volta, não devemos ter problema para entender a ideia de juízo e condenação. Não é preciso ser cristão para perceber que algo está radicalmente errado com a humanidade. Quem não pode ver que terrível confusão e que desastre temos provocado? Talvez choramos tanto no momento do nascimento porque, instintivamente, sabemos o que acontecerá. “Eu chorei quando nasci e cada dia mostra o porquê”, um poeta escreveu. Quem não está relacionado com isso? Quem não foi vítima da maneira pela qual as pessoas podem ser gananciosas, egoístas, e mesquinhas? Quem não foi, em algum momento, ganancioso, egoísta e mesquinho?

Assim, se Deus é justo, e se a justiça fosse Seu único atributo importante, quem entre nós permaneceria diante dEle? Se o Senhor conhece até mesmo nossos segredos, nossos atos secretos (
Ec 12:14), sem falar do que temos feito em público, que chance teria, mesmo o mais piedoso entre nós, no dia do juízo, quando todas essas coisas serão reveladas?

Felizmente, porém, nosso Deus é também doador da graça. O plano da salvação foi estabelecido para que todo ser humano pudesse ser poupado da condenação que a justiça de Deus exige. Sem a graça, todos seríamos consumidos pela justiça de Deus. A graça é nossa única esperança diante de um Deus justo.

7. Qual é a ligação entre a justiça de Deus e Sua graça? Como podemos ver essa relação em Gênesis 3? Qual é a relação entre a graça e o juízo? Ap 14:6, 7

É interessante notar que, antes da advertência de que “chegou a hora do Seu juî­zo” (Ap 14:7, NVI), o anjo estava proclamando o “evangelho eterno”. Tem que ser assim, caso contrário, o juízo condenaria toda a humanidade. Ninguém teria chance, porque todos pecaram, todos transgrediram a lei de Deus. Em meio à derradeira mensagem de advertência ao mundo, a graça de Deus é proclamada. Se não fosse assim, o juízo condenaria todos, sem exceção. Sem a graça, que mensagem teríamos para o mundo, senão que Deus destruiria todos nós e não haveria nenhuma esperança de salvação? Felizmente, a mensagem que pregamos tem o “evangelho eterno” como fundamento.

Que papel você está desempenhando na proclamação da mensagem de juízo e graça aos outros? O que mais você poderia fazer para ajudar nessa tarefa? Você poderia fazer um pouco mais?



Sexta
     Ano Bíblico: Êx 30, 31

Estudo adicional

De que forma a graça e o juízo trabalham juntos? Veja o que diz a inspiração: “Enquanto Jesus faz a defesa dos súditos de Sua graça, Satanás os acusa diante de Deus como transgressores. O grande enganador procurou levá-los ao ceticismo, fazendo-os perder a confiança em Deus, separar-se de Seu amor e violar Sua lei. Então, ele aponta para o relatório de sua vida, para os defeitos de caráter e dessemelhança com Cristo, que desonraram seu Redentor, para todos os pecados que ele os tentou a cometer; e por causa disso os reclama como súditos seus.

“Jesus não lhes justifica os pecados, mas apresenta seu arrependimento e fé, e, reclamando o perdão para eles, ergue as mãos feridas perante o Pai e os santos anjos, dizendo: ‘Conheço-os pelo nome. Gravei-os na palma de Minhas mãos’” (EGW,
 O Grande Conflito, p. 484).

Perguntas para reflexão
1. Como a citação acima ajuda você a entender o papel da graça no juízo? Como Ellen White descreve o fiel povo de Deus? Você se vê nessa descrição?
2. Já pensou se você e todas as coisas que você já fez, boas e más, estivessem diante de Deus? Como se sentiria? Você seria capaz de permanecer diante de Deus com base em suas boas ações, mesmo aquelas feitas pelos motivos mais sinceros e honestos? Essas obras seriam suficientes para recomendá-lo diante do Criador? Em que medida você necessita da graça?
3. Qual é a armadilha mortal de pensar que, por termos sido salvos pela graça, não importa o que fazemos? Como você pode se proteger, para não cair nesse engano?
4. Às vezes, as pessoas nos alertam sobre a “graça barata.” No entanto, ela não existe. A graça não é barata. Ela é gratuita! O que é barato é quando as pessoas, alegando essa graça, tentam usá-la como desculpa para o pecado. Que exemplos desse engano podem ser vistos no mundo cristão? E em nossa própria igreja?

Resumo: Deus é justiça, e esta exige juízo. Deus também é graça. É fundamental que nós, como cristãos adventistas do sétimo dia, proclamando as mensagens dos três anjos, entendamos essas duas verdades divinas e o que elas nos revelam sobre Deus.

Respostas sugestivas: 1: No dia do juízo, Deus julgará as obras de todas as pessoas, mesmo as coisas escondidas; todos receberão sua recompensa, conforme suas obras; mortos e vivos serão julgados. 2: Por influência da serpente, Adão e Eva desobedeceram a lei de Deus e foram julgados por Deus; foram punidos, mas receberam o perdão e a esperança de vitória em Cristo, o Descendente da mulher. 3: Aumento da perversidade e inclinação dos pensamentos totalmente para o mal. 4: Deus preservou a vida de Noé e de sua família, os únicos que aceitaram o perdão de Deus e obedeceram ao Seu chamado. 5: Quem aceita a Jesus Cristo como salvador fica livre da condenação do pecado. Quem não crê, permanece na condenação e nas trevas. 6: Incredulidade. Muitos decidem não crer na luz porque amam as trevas. Por isso continuam na condenação. 7: Por causa da justiça, Adão e Eva foram expulsos do paraíso, mas por causa da graça receberam a promessa da salvação eterna em Jesus. Essa esperança é o evangelho eterno. Para quem teme a Deus e Lhe dá glória, o juízo é motivo de alegria.




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