sábado, 18 de fevereiro de 2012

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Deus, o legislador


Casa Publicadora Brasileira – Lição 612012

Lição 06
de 04 a 11 de fevereiro 2012




Sábado à tarde     Ano Bíblico: Lv 11, 12


VERSO PARA MEMORIZAR: Porque o Senhor é o nosso Juiz, o Senhor é o nosso Legislador, o Senhor é o nosso Rei; Ele nos salvará”(Is 33:22).

Leituras da semana: Hb 12:21; Rm 7:8-13; Jó 24:14, 15; Êx 16:4-30; Hb 8:10; 10:16; Rm 13:8-10


Pensamento-chave: A lei de Deus é uma parte inseparável de toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos. É também uma expressão do Seu amor. E assim, quando amamos, revelamos a plenitude e beleza da lei de Deus.

Como adventistas do sétimo dia, muitas vezes ouvimos a ideia de que a lei é uma cópia do caráter de Deus (sendo assim, visto que Deus não muda, a lei, que revela Seu caráter, também não deve mudar). O que, porém, significa essa ideia de que a lei é uma expressão do caráter de Deus?

Suponha que você vivesse em uma terra com um rei cuja palavra fosse lei (um rei francês disse uma famosa frase: “O Estado sou eu”). Agora, suponha que o rei decretasse leis repressivas, perversas, detestáveis, injustas, discriminatórias, e assim por diante. Essas leis não seriam uma boa representação do tipo de pessoa que o rei era? Elas não revelariam seu caráter?


Pense em alguns dos piores déspotas da história. As leis que eles estabeleceram revelam o tipo de pessoas que eram? Nesse sentido, a lei revela o caráter do legislador. O que a lei de Deus revela sobre Ele? Quando entendemos a lei de Deus como uma salvaguarda, uma proteção, algo criado para nosso bem, compreendemos mais acerca de como é Deus.


Nesta semana estudaremos a lei e, por meio dela, o Legislador.


Domingo     Ano Bíblico: Lv 13, 14


A lei no Sinai

1. Por que a promulgação da lei no Monte Sinai foi tão terrível? Êx 19:18, 19; 20:18, Dt 5:22; Hb 12:21

O povo de Israel estava dominado pelo pavor. O terrível poder da fala de Deus parecia tal que seus trêmulos corações não poderiam suportar. Pois, ao ser apresentada diante deles a grande regra de justiça de Deus, compenetraram-se, como nunca antes, do caráter ofensivo do pecado, e de sua própria culpabilidade à vista do Deus santo. Recuaram da montanha com medo e espanto” (E. G. W. Patriarcas e Profetas, p. 309, 310).

Há algo muito poderoso na citação de Ellen G. White acima. Quando a lei foi apresentada, o povo percebeu, “como nunca antes”, a grande perversidade do pecado e sua própria culpa aos olhos de Deus.

 
Assim, desde o início do relacionamento de aliança de Israel com Deus, podemos ver na lei uma revelação do evangelho. A lei nunca foi destinada para ser um meio de salvação, nem mesmo no Sinai. Ao contrário, ela devia mostrar ao povo sua necessidade de salvação. Foi logo após a promulgação da lei que os israelitas receberam a instrução para construir o santuário, o qual revelava a eles o plano da salvação. A lei devia conduzir as pessoas para a cruz, para sua necessidade de expiação e redenção. Não é de admirar, então, que eles tremessem diante da lei, porque ela lhes mostrava exatamente o quanto eles eram pecadores e degenerados.


2. Qual é o papel da lei em nossa consciência de pecado? A lei produz pecado? Rm 7:8-13; Sl 119:6

Em certo sentido, Paulo diz aqui o que Ellen White disse que aconteceu no Sinai. O problema não estava com a lei de Deus, mas com os pecadores que transgrediam a lei, como todos temos feito. Paulo mostra como a lei está inseparavelmente ligada ao evangelho, e que a lei é o que nos mostra quanto somos pecadores e corrompidos.

Leia Êxodo 20:1-17. Você treme diante da lei? Você se sente culpado diante da lei? Quais são as suas emoções enquanto lê a lei e se compara com ela?

Segunda     Ano Bíblico: Lv 15, 16


A lei antes do Sinai

Como todo adventista do sétimo dia sabe, quando falamos sobre a lei, os Dez Mandamentos, e o Sinai, ouvimos o refrão de que os Dez Mandamentos foram primeiramente dados aos judeus no Sinai, e por essa razão, são uma instituição judaica, ou do Antigo Testamento, não aplicável aos nossos dias.

Certamente existem inúmeros problemas com essa teologia, o maior deles sendo que, se ela fosse verdadeira, como poderia ter havido pecado antes do Sinai, “porque o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3:4)? A verdade é que o livro de Gênesis dá um testemunho incrível da existência da lei de Deus muito antes do Sinai.


Gênesis 1 e 2 descreve a criação perfeita de Deus. Gênesis 3 relata a queda de Adão e Eva. Em Gênesis 4 temos o primeiro assassinato. Como Caim saberia que era culpado pelo assassinato de seu irmão se não houvesse a lei para definir o assassinato como pecado?


Muito antes do Sinai, Deus condenou especificamente o assassinato, na aliança que estabeleceu com Noé após o dilúvio (Gn 9:6).


Em Jó, o mais antigo livro da Bíblia, encontramos Deus elogiando por duas vezes a justiça de Jó. O que Ele declarou acerca do caráter de Jó? (Jó 1:8; 2:3). Obviamente, estava em vigor um padrão do que era certo e errado. Jó viveu muito antes do Êxodo, e ele nem mesmo era da linhagem da aliança.


3. O que Jó incluiu em seu padrão acerca do que é certo e errado? Jó 24:14, 15

Quando Abraão mentiu a Abimeleque acerca de Sara, foi repreendido por sua falsidade. E embora Abimeleque fosse o rei de Gerar, e não de linhagem israelita, Deus o manteve no mesmo padrão de pureza matrimonial encontrado no Decálogo e exigiu que Sara fosse devolvida a Abraão (Gn 20:9).

4. Que testemunho especial Deus deu a Isaque sobre Abraão, seu pai? Gn 26:4, 5

O que é fascinante em Gênesis 26:5 é que o hebraico usa quatro palavras diferentes, mshmrt, mzvot, huqot e torot (de Torá, “a lei”) para descrever as leis que Abraão obedeceu. Certamente os Dez Mandamentos estavam incluídos nessas palavras.

Por ordem divina, Jacó retornou a Betel para construir um altar ao Senhor. O patriarca sentiu necessidade de reavivamento em sua casa. O que ele pediu que sua família fizesse? (Gn 35:2, 3.)


Claramente, a ideia de que não havia nenhuma lei antes do Sinai não tem sentido, à luz das muitas coisas que a Bíblia ensina sobre a vida antes do Sinai.

Terça     Ano Bíblico: Lv 17–19


O sábado antes do Sinai

Deus não revela como Ele comunicou os princípios eternos de Sua lei para a humanidade antes do Monte Sinai, mas há evidência clara e substancial de que a promulgação da lei no Sinai não foi a primeira exposição de Seus preceitos ao mundo.

Forçados a reconhecer esse ponto, muitos argumentam que apenas o mandamento do sábado, e não os outros, foi dado pela primeira vez no Sinai e, portanto, é exclusivamente judaico e não pertence aos cristãos hoje. Essa afirmação é correta?


5. O que a Bíblia ensina sobre o sábado antes do Sinai? Gn 2:1-3

Em Êxodo 5:1-5, a Bíblia apresenta Moisés e Arão lutando com Faraó para que este deixasse Israel partir. O verso 5 é especialmente revelador.

6. Que indicação existe acerca do sábado nesse episódio? Êx 5:5

A resposta de Faraó: “Vós os fazeis descansar das suas cargas” (Tradução Brasileira), parece bastante clara. Na língua original está ainda mais contundente. Embora existam várias palavras para descanso, o verbo que Faraó usou é formado a partir da palavra para “sábado”. A linguagem impressionante de Faraó a Moisés e Arão pode ser lida assim: “Vocês fazem com que eles repousem de seu trabalho no sábado!”, o que é pelo menos uma sugestão da realidade do descanso sabático antes do Sinai.

No entanto, uma prova concreta do sábado antes do Sinai aparece em Êxodo 16, quando Deus milagrosamente proveu o maná para Israel no deserto. Este milagre de 40 anos começou antes que os filhos de Israel chegassem ao Monte Sinai.


7. Qual é a prova da existência do sábado do sétimo dia antes da experiência do Monte Sinai? Êx 16:4-30 (especialmente os versos 23-30)

Observe as palavras do Senhor a Moisés no verso 28: “Até quando vocês se recusarão a obedecer aos Meus mandamentos e às Minhas instruções?” (NVI). Elas são uma indicação clara de que as leis e os mandamentos de Deus existiam antes da revelação no Sinai, e de que entre esses mandamentos e leis estava o sábado. Assim, embora algo monumental tenha acontecido na promulgação da lei no Monte Sinai, obviamente os Dez Mandamentos não eram novos.

Como é sua experiência com o sábado? Você ama o sábado, sente medo dele, ou tem uma mistura de sentimentos a respeito do assunto? O que você pode fazer para ter com o Senhor uma experiência mais profunda e rica por meio da dádiva do sábado?

Quarta     Ano Bíblico: Lv 20–22


A lei e os profetas

Quase nenhuma controvérsia existe sobre a vigência da lei no período posterior ao Sinai. Os escritos do Antigo Testamento estão repletos de referências à lei. Se bem que, muitas vezes, essas referências tratassem da transgressão da lei e das punições posteriores que vinham a Israel, outros textos revelam o grande amor e reverência que muitos em Israel tinham pela lei, que incluía não apenas os Dez Mandamentos, mas todas as regras e preceitos que o Senhor havia dado ao Seu povo.

8. De que forma o Antigo Testamento exalta a lei? Que atitudes são reveladas?
Is 48:17, 18 - Sl 119:69-72 - Sl 119:97-103 - Jr 31:33

Ao contrário da crença popular, embora Israel devesse amar a lei, os que compreendiam a função da lei nunca a viam como um meio de salvação. A religião hebraica sempre foi voltada para a graça, ainda que o povo fosse de um extremo a outro: do desprezo da lei de forma aberta e ostensiva, como no período do primeiro templo, ao legalismo extremo, como pode ser visto tão claramente no tempo de Jesus.

Apesar disso, por que tal amor pela lei? Mais uma vez, considerando que a palavra lei abrange não apenas os Dez Mandamentos, mas todo o corpo de ensinamentos do Antigo Testamento, especialmente os primeiros cinco livros de Moisés, entendemos que o que eles amavam era a mensagem da salvação, da graça e da redenção. Eles amavam a “verdade”, como foi revelada a eles, conforme sua melhor compreensão dela. Não era apenas amor às regras, mas amor a um conjunto de orientações e princípios que, se cumpridos, teriam aberto o caminho para muitas bênçãos e promessas, porque tudo o que Deus lhes tinha dado era para seu próprio benefício e felicidade.
Existe alguma diferença hoje?


Pense em tudo o que o Senhor deu à nossa igreja. Como podemos seguir de maneira mais completa a luz maravilhosa com a qual fomos abençoados?

Quinta     Ano Bíblico: Lv 23–25


A lei na nova aliança

Desde o início, os princípios dos Dez Mandamentos foram dados à humanidade por causa do amor de Deus pelas pessoas. A lei sempre foi destinada a ser uma bênção. Pela obediência à lei, você é protegido da ruína do pecado. Pela desobediência, você enfrenta as consequências inevitáveis da transgressão. Quem precisa de teologia para saber, pessoalmente, quão doloroso é o pecado e suas consequências? Quantas vezes você pode ler os resultados do pecado nos rostos dos que foram devastados por ele?

Embora seções do Novo Testamento, especificamente os escritos de Paulo, lidem com os que não entenderam corretamente o propósito da lei, os mandamentos de Deus foram apresentados no Novo Testamento de forma positiva e edificante.


9. Como a lei de Deus é apresentada em Hebreus? Como algo ainda relevante, ou como algo anulado pela graça? Hb 8:10;10:16 (leia o contexto dos versos)

Muitas vezes, vemos pessoas que buscam colocar a lei em oposição ao amor de Deus ou à Sua graça, com a ideia de que, se você realmente ama, a lei de Deus é anulada. Podemos argumentar que o amor transcende à lei, no sentido de que aquele que ama verdadeiramente a Deus e aos outros revela os princípios essenciais da lei. Mas isso não é desculpa para invalidar a lei. Ao contrário, o amor cumpre a lei, o amor é a lei expressa em sua maneira mais pura.

É como as peças de um carro. As peças não existem como fins em si mesmas; elas estão ali para que o carro vá de um lugar para outro. Essa é a sua finalidade, de modo que o carro possa se mover. No entanto, sem cada peça, o carro não funcionaria. A lei é assim: não é um fim em si mesma, porém um meio para um fim, e esse fim é uma expressão profunda de amor a Deus e ao próximo.


10. Qual é a ligação entre o amor e a lei? Rm 13:8-10; Gl 5:14; Tg 2:8; 1Jo 5:2, 3

Pense mais sobre a relação entre a lei de Deus e o amor. A observância da lei sem amor leva a quê? Amor sem obediência à lei leva a quê? Escreva suas respostas e leve para a classe.

Sexta     Ano Bíblico: Lv 26, 27


Estudo adicional

Os dez santos preceitos proferidos por Cristo no Monte Sinai foram a revelação do caráter de Deus, e deram a conhecer ao mundo que Ele exerce jurisdição sobre toda a herança humana. Essa lei dos dez preceitos do máximo amor que se pode apresentar ao homem é a voz de Deus falando do Céu às pessoas, em promessa: ‘Façam isto, e não ficarão sob o domínio e controle de Satanás.’ Não há uma negativa nessa lei, embora assim pareça. É fazer, e viver. ... O Senhor deu Seus santos mandamentos para serem um muro de proteção em torno dos seres de Sua criação” (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus, p. 53).

“... Na verdade, não possuímos capacidade para nos livrar do poder de Satanás, mas quando desejamos ser libertos do pecado e, em nossa grande necessidade, clamamos por um poder fora de nós e a nós superior, as faculdades do ser são revestidas da divina energia do Espírito Santo, e obedecem aos ditames da vontade em cumprir o querer de Deus.


“A condição única em que é possível a liberdade do homem é ele se tornar um com Cristo. ‘A verdade vos libertará’ (Jo 8:32); e Cristo é a verdade... A sujeição a Deus é restauração do próprio ser – à verdadeira glória e dignidade do homem.


A lei divina, à qual somos postos em sujeição, é a ‘lei da liberdade’” (Tg 2:12; E. G. W. O Desejado de Todas as Nações, p. 466).


Perguntas para reflexão
1. O que significa a guarda da lei sem amor? Como isso se manifesta? Ao mesmo tempo, o que significa o amor sem a guarda da lei? Que tipo de amor é esse? Isso é amor, de fato? Por que as duas coisas precisam estar ligadas?
2. Que exemplos podemos encontrar no mundo, e ao nosso redor, do que acontece quando as pessoas transgridem a lei de Deus? Que testemunho poderoso esses exemplos dão acerca do valor e da contínua validade dessa lei?


Resumo: A lei de Deus é uma expressão do Seu amor, e quando amamos como Deus nos ama, realmente revelamos a lei em toda a sua beleza e poder.

Respostas sugestivas: 1: Porque o povo precisava entender a grande perversidade do pecado; o fogo divino destrói o pecado, mas a graça salva o pecador. 2: A lei não produz pecado, porque é santa, justa e boa, mas revela o pecado no coração; ela nos faz sentir necessidade de salvação. 3: Os mandamentos que proíbem matar, furtar, adulterar, etc. 4: Abraão obedeceu a Palavra do Senhor e guardou Seus preceitos, mandamentos, decretos e leis. 5: Deus descansou no sétimo dia, e também abençoou e santificou o sábado, como sinal da relação entre criatura e Criador. 6: Os líderes faziam o povo “parar de trabalhar” (“abandonar as suas cargas”; “se distrair de suas tarefas”, ou “descansar”). 7: O maná era dado em dobro na sexta-feira; no sábado não era concedido; essa porção adicional não estragava, porque recebia a bênção da santificação do sábado. 8: Mostra que a lei vale mais que ouro e prata; traz paz, justiça e prazer; devia ser escrita no coração; as aflições ensinam a respeito dos decretos de Deus; atitude de amor, reflexão e reconhecimento; sentimento de segurança pela instrução da lei. 9: A lei é tão importante que Deus a escreverá no coração de Seu povo; Israel manteve a lei apenas no seu exterior. 10: Amar significa cumprir a lei, porque a essência da lei é fazer o bem aos outros, e o amor não faz o mal aos outros.



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