sábado, 18 de fevereiro de 2012

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Cuidando da criação


Casa Publicadora Brasileira – Lição 812012
Lição 08
de 18 a 25 de fevereiro 2012




Sábado à tarde     Ano Bíblico: Nm 20, 21


VERSO PARA MEMORIZAR: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” (Gn 2:15, NVI).

Leituras da semana: Rm 1:25; 2Pe 3:10-14; Gn 2:15; Ne 13:16-19; Hb 1:3; Sl 100; Gn 1:26-28


Pensamento-chave: Como os cristãos devem se relacionar com o meio ambiente?

Como adventistas do sétimo dia, o que devemos pensar sobre o meio ambiente, especialmente por sabermos que a Terra está corrompida, continuará sendo corrompida, e um dia será destruída e queimada em um grande lago de fogo? “Os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra e as obras que nela há se queimarão” (2Pe 3:10, RC). Acrescente a isso a ordem bíblica para que seres humanos tenham “domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a Terra e sobre todos os répteis que rastejam pela Terra” (Gn 1:26). E não é de admirar que, às vezes, tenhamos dificuldades para saber a maneira correta de lidar com as preocupações ambientais.

Ao mesmo tempo, sendo mordomos de todas as dádivas divinas, não temos a obrigação de cuidar da Terra? Afinal, Deus a criou e declarou que tudo “era muito bom” (Gn 1:31). Tendo uma mensagem distinta sobre Deus como criador (Ap 14:6, 7), 
não deveríamos ter algo a dizer sobre a maneira de tratar a criação de Deus?


Nesta semana, examinaremos o que a Bíblia diz sobre algumas dessas preocupações.


Domingo     Ano Bíblico: Nm 22–24

Movimento de libertação da lagosta!

Anos atrás, um ambientalista entrou em um restaurante de frutos do mar. Ali, diante dele, em um grande tanque, havia meia dúzia de lagostas americanas, que provavelmente não durariam mais uma noite. Os clientes podiam escolher aquela que desejassem comer, e em pouco tempo a lagosta estaria no prato de alguém, talvez ao lado de uma porção de batatas com queijo.

Segurando uma sacola e andando furtivamente, o ambientalista enfiou a mão no tanque, pegou a primeira lagosta em que pôde colocar as mãos, jogou-a na sacola e correu. Ele colocou a lagosta em um tanque no seu carro, dirigiu até a praia, entrou em um helicóptero e sobrevoou o oceano, onde ele colocou a lagosta de volta na água. Um libertador de lagostas atacou novamente!


Existe uma página na internet intitulada “Lobster Liberation” [Libertação das Lagostas], que tenta impedir que as lagostas sejam consumidas pelos seres humanos. Tem até uma seção chamada “Tips for releasing lobsters” [Dicas para libertar lagostas], dizendo o que fazer depois de resgatar as lagostas do restaurante.


Ter interesse pelo meio ambiente é uma coisa, mas furtar lagostas de um restaurante e levá-las, de helicóptero, de volta para o oceano parece um tanto extremo, não é mesmo?


Deixando de lado a estranheza dos libertadores de lagostas, como devemos nos relacionar com as preocupações ambientais? Afinal, Jesus não voltará em breve? Não está nossa mensagem fundamentada na noção de que este mundo está chegando ao fim, de que a Terra está corrompida e não vai durar? Dada a nossa compreensão da segunda vinda de Jesus, realmente precisamos nos preocupar com a Terra?


1. O que a Bíblia ensina sobre o destino final da Terra? Esse ensino deve afetar nossa visão sobre o meio ambiente? De que maneira? 2Pe 3:10-14; Is 51:6; 65:17; Ap 21:1

A Bíblia é muito clara: este mundo, a Terra, não durará. Está destinada a ser destruída por Deus, que promete renová-la, recriá-la e fazer “novo céu e nova Terra”. Embora dificilmente essa seja uma desculpa (como veremos nesta semana) para abusar ou explorar o meio ambiente, isso deve, ao mesmo tempo, nos ajudar a impedir que transformemos o meio ambiente e a Terra em um deus, como muitos têm feito. Ainda que possamos rir dos extremistas, precisamos ter cuidado para não nos envolvermos nos mesmos extremos.

Leia Romanos 1:25. Que lição importante devemos aprender a respeito de como devemos mostrar preocupação e cuidado pela criação?
  
Segunda     Ano Bíblico: Nm 25–27

Declaração sobre o cuidado da criação

Como os adventistas do sétimo dia consideram a questão do meio ambiente? A seguir, uma declaração oficial, votada pela liderança da Igreja em 1995.

“Os adventistas creem que a espécie humana foi criada à imagem de Deus, representando assim Deus como Seus mordomos, para dominar o ambiente natural de maneira fiel e produtiva.


“Infelizmente, a corrupção e a exploração foram introduzidas na administração da responsabilidade humana. Homens e mulheres têm se envolvido cada vez mais em uma destruição megalomaníaca dos recursos naturais, resultando em grande sofrimento, descontrole ambiental e ameaça de mudança climática. Embora a pesquisa científica precise continuar, as evidências mostram que a crescente emissão de gases nocivos, a diminuição da camada protetora de ozônio, a destruição maciça das florestas americanas e o chamado “efeito estufa” estão ameaçando o ecossistema terrestre.


“Esses problemas são, em sua maioria, devidos ao egoísmo humano e à egocêntrica atividade para se obter mais e mais por meio do aumento da produtividade, do consumo ilimitado e do esgotamento de recursos não renováveis. A causa da crise ecológica está na ganância humana e na recusa em praticar a boa e fiel mordomia dentro dos limites divinos da criação.


“Os adventistas defendem um estilo de vida simples e saudável, no qual as pessoas não participam da rotina do consumismo desenfreado, do acúmulo de bens e da produção exagerada de lixo. Pedimos que haja respeito pela criação, restrição no uso dos recursos naturais, reavaliação das necessidades e reiteração da dignidade da vida criada” (divulgada durante a assembleia da Associação Geral realizada em Utrecht, Holanda, de 29 de junho a 8 de julho de 1995).


2. Como a Bíblia ajuda a entender o raciocínio por trás dessa declaração da Igreja? Gn 1:1, 26; 9:7; Sl 24:1; 100; Tg 5:1, 2, 4, 5; Hb 1:3

Na verdade, como cristãos que acreditam que este mundo, bem como a vida e os recursos nele existentes são dons de Deus, devemos ser os primeiros a procurar cuidar dele. Se você acreditasse que a Terra é apenas uma criação do acaso, produto de forças frias e insensíveis, quase poderia ser justificado por buscar explorá-la para seus próprios interesses. No entanto, quando entendemos que Deus criou e sustenta este mundo é difícil ver como poderíamos fazer outra coisa, senão ser mordomos responsáveis da criação.

Como seu próprio egoísmo pode afetar sua maneira de tratar o meio ambiente? E o que há de errado com a atitude de quem diz: “Bem, sou apenas uma pessoa. Qual é a importância dos meus atos?”
  
Terça     Ano Bíblico: Nm 28–30


Cuidando da criação

A questão de cuidar do meio ambiente não é abordada na Bíblia de forma específica e aberta. Naturalmente, há muitas questões específicas das quais a Bíblia não trata. O que a Bíblia faz, muitas vezes, é nos dar princípios que devem ser aplicados a todas as áreas da vida, que incluem a questão do meio ambiente.

3. Com base no princípio do amor, qual deve ser nossa atitude em relação ao meio ambiente, visto que o mau uso dos recursos pode prejudicar a vida dos outros? Mt 22:37-40

No começo da Bíblia, são dadas indicações de que o ser humano foi chamado para ser mordomo do que Deus tinha dado a Adão na Terra. Embora o contexto seja muito específico, é difícil ver por que esse mesmo princípio não deve permanecer.

4. Originalmente, como a humanidade devia se relacionar com a Terra? Gn 2:15

Observe a relação de reciprocidade. Deus criou este belo ambiente para o homem, que o recebeu como um presente. Veja também como Adão devia se relacionar com o ambiente. Ele devia cultivá-lo e guardá-lo. A palavra traduzida como “guardar” vem da raiz hebraica smr, que significa “cuidar”, “preservar” ou “proteger”. Assim, desde o início, mesmo no mundo anterior ao pecado, Adão foi chamado para ser mordomo do ambiente em que foi colocado. Deus não lhe disse que ele devia explorá-lo, usá-lo para seus propósitos egoístas, nem para tirar dele tudo o que pudesse. Em vez disso, ele foi orientado a cultivá-lo e protegê-lo.

Que razão poderíamos ter para acreditar que esse princípio foi alterado? Na verdade, se Adão foi chamado a fazer isso no mundo antes da entrada do pecado, quanto mais importante seria a boa administração do mundo depois que ele foi arruinado pelo pecado?


Você tem consciência das preocupações ambientais? Você realmente se importa com esse assunto? Qual é a importância disso para você?
  
Quarta     Ano Bíblico: Nm 31, 32

Sábado e meio ambiente

5. Qual é a influência da ganância humana na questão do cuidado com a criação e da exploração do meio ambiente? Pv 27:20

Como afirma a declaração da Igreja sobre o cuidado da criação, parte da razão para o problema com o meio ambiente hoje se deve ao “ao egoísmo humano e à egocêntrica atividade para obter mais e mais por meio do aumento da produtividade, do consumo ilimitado e do esgotamento de recursos não renováveis.” Em outras palavras, as pessoas querem mais e mais, e o único lugar do qual podem tirar é, basicamente, a Terra. No entanto, utilizar os recursos naturais não é o problema. Ao contrário, o problema é que, não importa o quanto uma pessoa obtenha, nunca é o suficiente. Qual foi a última vez que você ouviu alguém dizer que tinha dinheiro suficiente, independentemente do tamanho de sua riqueza?

Em meio a tudo isso, Deus deu à humanidade a dádiva do sábado.


6. Interromper o trabalho, cessar os esforços para ganhar dinheiro e fazer negócios pode beneficiar o meio ambiente? Pense na guarda do sábado especialmente no contexto do cuidado da criação. Êx 20:8-11/Ne 13:16-19

Certamente, o sábado está relacionado com a lembrança de que Deus criou o mundo (o que deve nos conscientizar sobre a maneira de tratá-lo), mas também significa descansar da luta para ganhar dinheiro. Devemos guardar o sábado, propositadamente separando um sétimo de nossa vida a cada semana, sem exceção, e não buscando riqueza, dinheiro e bens. Com isso, não apenas temos um poderoso lembrete semanal de que a vida não é apenas ganhar dinheiro, mas também estamos, muitas vezes, nos abstendo do tipo de atividades que, em demasia, prejudicam a Terra.

A guarda do sábado tem sido um meio de ajudar a conter sua ambição e desejo de obter mais? A sedução do dinheiro tem tentado você a transgredir o sábado?
  
Quinta     Ano Bíblico: Nm 33, 34


O domínio da humanidade

Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a Terra e sobre todos os répteis que rastejam pela Terra... E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela Terra” (Gn 1:26, 28).

Nos dois versos acima, temos uma das primeiras referências bíblicas à maneira pela qual a humanidade deveria se relacionar com o mundo criado. Examine esses versos com atenção e oração, pensando neles no contexto do cuidado da criação e das preocupações ambientais.


7. Com base no exercício acima, responda às seguintes perguntas:
a. A humanidade devia exercer controle total sobre a Terra? 
b. O que significa sujeitar e dominar a Terra e tudo o que estava nela? O texto autoriza a humanidade a abusar da criação e contaminá-la? 
c. Gênesis 1:28 diz que eles deviam encher a Terra. O hebraico literal significa “completar a Terra”. Como podemos entender isso em relação à questão de como o ambiente deve ser tratado?


Sem dúvida, a humanidade devia dominar a Terra, pelo menos sob o poder e direção do Senhor. O fato de que esses versos foram dados no mundo anterior à queda, sem pecado, morte e sofrimento, deve nos ensinar que, seja qual for o significado do domínio sobre o mundo, não sanciona a exploração violenta e a devastação do mundo, pois essas coisas certamente não teriam acontecido no mundo anterior ao pecado. Quaisquer que fossem as implicações de sujeição e domínio, não envolviam a destruição do mundo.

Com certeza, muita coisa mudou desde então: a queda, o Dilúvio, a maldição (Gn 3:17-19), e a degeneração geral causada pelo pecado como um todo. No entanto, seria difícil ver nesses textos algo que justificasse a exploração e destruição do planeta. Na verdade, o que podemos ver nesses textos é a responsabilidade da humanidade, como governante do mundo, para cuidar dele, porque Deus o criou, e tudo era “muito bom”.


Sexta     Ano Bíblico: Nm 35, 36


Estudo adicional

No princípio, Deus Se manifestava em todas as obras da criação. Foi Cristo que estendeu os céus e lançou os fundamentos da Terra. Foi Sua mão que suspendeu os mundos no espaço e deu forma às flores do campo. …

“Ora, o pecado manchou a perfeita obra de Deus, todavia nela permanecem os traços de Sua mão. Mesmo agora, todas as coisas criadas declaram a glória de Sua excelência. Não há nada, a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que fende os ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a alguma outra vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore. As flores exalam sua fragrância e desdobram sua beleza em bênção ao mundo. O Sol derrama sua luz para alegrar a mil mundos. O próprio oceano, a origem de todas as nossas fontes, recebe as correntes de toda a Terra, mas recebe para dar. Os vapores que sobem de sua superfície caem em chuveiros para regar a terra a fim de que ela produza e floresça” (E. G. W. O Desejado de Todas as Nações, p. 20, 21).


Perguntas para reflexão
1. Qual seria sua resposta à pessoa que diz: “Jesus voltará em breve, por que devo me preocupar com o meio ambiente?”
2. Se você tiver recursos, pesquise os benéficos de uma dieta vegetariana para o meio ambiente, em contraste com a dieta que inclua o consumo de carne. Comente com a classe suas descobertas.


Resumo: Sem dúvida, este mundo chegará ao fim. Sim, Jesus voltará em breve. Tudo isso é verdade, mas nada nessas verdades nos dá o direito, nem a autoridade, para contaminar a Terra. Na verdade, devemos cuidar do mundo que nosso Deus criou para nós.

Respostas sugestivas: 1: A Terra será destruída; os injustos, que devastaram a Terra, também serão destruídos. Os salvos não devem destruir a natureza, porque é criação divina, nem adorá-la, porque somente Deus é digno de adoração. 2: Deus designou o ser humano como mordomo da natureza, para cuidar dela e tirar dela o seu sustento, mas a ganância levou o homem a explorar a natureza e os semelhantes. 3: Se amamos a Deus não destruímos a natureza que Ele criou; se amamos nosso próximo não destruímos a natureza que lhe proporciona vida e da qual ele se alimenta. 4: O ser humano devia cultivar e cuidar do jardim do Éden. 5: Os olhos do homem, ou seu coração ganancioso e pecador nunca estão satisfeitos com o que têm. Por isso o homem explora e destrói o ambiente. 6: O descanso semanal renova a saúde e a vida dos animais, trabalhadores e patrões; a cada sete anos o solo também descansava (Êx 23:10, 11); o descanso renova o homem espiritualmente, controlando sua busca pelo ganho material. 7: a. Sim. b. O homem devia dominar a Terra de modo que honrasse a Deus, preservasse a vida humana e também o equilíbrio da natureza; jamais a ação humana devia provocar a morte da natureza. c. Deviam encher a Terra de vida humana, animal e vegetal, cultivando e cuidando de cada aspecto da vida.


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